William Bouguereau foi um pintor acadêmico francês. Tradicionalista, despretensioso e modesto, tornou-se um conceituado artista do século XIX e foi um membro de liderança do Instituto da França e presidente da Sociedade de Pintores, Escultores e Gravadores.
A sua reputação como pintor de temas mitológicos não faz justiça ao pintor de ternas mães, crianças e jovens raparigas. A maior parte destas obras foram pintadas na sua terra natal, La Rochelle, no jardim do seu estúdio, em um estilo realista quase fotográfico que se tornou um sucesso entre os colecionadores de seu tempo, embora modernamente tenha sido relativamente esquecido pela celebridade dos impressionistas seus contemporâneos.
William-Adolphe Bouguereau nasceu em uma família de comerciantes de vinho e óleo de oliva, e parecia destinado a seguir os passos de seus ancestrais se não fosse a intervenção de seu tio Eugène, que lhe apresentou a cultura clássica e bíblica e arranjou que ele fosse encaminhado a uma escola superior. Bouguereau desde cedo mostrou possuir um talento incomum, e um cliente de seu pai instou com ele para mandar o jovem aprender na École des Beaux-Arts de Bordeaux, onde recebeu o primeiro prêmio em pintura de figura por uma representação de São Roque. Para sobreviver desenhava rótulos para gêneros alimentícios.
Através de seu tio, que era um cura, recebeu uma encomenda para pintar retratos dos paroquianos, e com a renda dos trabalhos mais a ajuda de sua tia pôde se dirigir a Paris e freqüentar a École des Beaux-Arts parisiense. Para se aprimorar no desenho anatômico assistia a dissecções, e estudava história e arqueologia. François-Edouard Picot o recebeu como discípulo e com ele Bouguereau se aperfeiçoou no estilo acadêmico, que enfatizava a pintura histórica e mitológica, dominadas pelo artista a ponto de vencer a disputa para o Prêmio de Roma de 1850, com sua obra Zenóbia encontrada por pastores nas margens do Araxe.
Estabelecendo-se na Villa Medici de Roma, pôde estudar diretamente e com grande proveito os mestres do Renascimento, sentindo grande atração pelo trabalho de Rafael. Já seus primeiros críticos aplaudiam sua mestria no desenho, a feliz composição das figuras e a afortunada filiação a Rafael, de quem diziam que tampouco ele fora original, por ter aprendido tudo dos antigos. Feliz com esta apreciação compreensiva, e tendo sido bem sucedido no cumprimento de uma das cláusulas de sua pensão, que exigia uma cópia de Rafael, adotou o mesmo tipo clássico de composição em muitas obras de sua longa carreira.
Em 1856 casou-se com Marie-Nelly Monchablon, e com ela teve cinco filhos. Nesta década estabeleceu fortes laços com Paul Durand-Ruel e outros marchands. Os Salões recebiam em média 300 mil visitantes por ano, o que os constituía em importantíssima vitrine para exposição de novos talentos e um trampolim para sua inserção no mercado, e eram muito freqüentados por colecionadores. Suas obras tinham boa aceitação e logo sua fama se expandiu para a Inglaterra, possibilitando-lhe em 1860 adquirir uma grande casa com atelier em Montparnasse.
Bouguereau era um ferrenho tradicionalista, cujo estilo de grande verossimilhança trouxe nova vida tanto para temas clássicos pagãos como para os cristãos. Criou em suas pinturas um mundo utópico, cheio de ninfas, pastores e madonnas. Seus camponeses eram sempre representados impecavelmente limpos, belos e bem vestidos, numa idealização perfeitamente aceitável para boa parte do público e dos conhecedores. Entretanto, outros preferiam a honestidade de Jean-François Millet e seus camponeses mostrados mais de acordo com os fatos.
Seu método de trabalho estava de acordo com a temática e simbologia classicista que adotara, realizando inúmeros esboços preparatórios com tinta e estudos em desenho, numa construção minuciosa e laboriosa de todas as figuras e fundos. A impressionante suavidade de textura na descrição pictórica da pele humana e a delicadeza de formas e gestos que obtinha nas mãos, pés e faces eram especialmente admiradas. O mesmo com sua habilidade de se adaptar à decoração pré-existente das residências, igrejas e edifícios públicos para onde realizava obras complementares, recebendo por isso grande quantidade de encomendas. Sua fama crescia sem cessar, e logo recebeu as honras da Academia, tornando-se membro vitalício em 1876, e em 1885 foi condecorado Comandante da Legião de Honra. Sua carreira como professor começou em 1875 na Academia Julian, e usou de sua influência para abrir as portas de diversas instituições artísticas às mulheres, incluindo a Academia.
Perto do fim da vida expressou seu amor à arte: "A cada dia entro em meu estúdio cheio de alegria; à noite, quando a escuridão me obriga a deixá-lo, mal posso esperar pelo dia seguinte. Se eu não pudesse me devotar à minha amada pintura eu seria um pobre coitado". Com tamanha dedicação desenvolveu uma carreira extraordinariamente prolífica, deixando oitocentas e vinte e seis obras. Faleceu com oitenta anos, de um mal cardíaco.
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William-Adolphe Bouguereau nasceu em uma família de comerciantes de vinho e óleo de oliva, e parecia destinado a seguir os passos de seus ancestrais se não fosse a intervenção de seu tio Eugène, que lhe apresentou a cultura clássica e bíblica e arranjou que ele fosse encaminhado a uma escola superior. Bouguereau desde cedo mostrou possuir um talento incomum, e um cliente de seu pai instou com ele para mandar o jovem aprender na École des Beaux-Arts de Bordeaux, onde recebeu o primeiro prêmio em pintura de figura por uma representação de São Roque. Para sobreviver desenhava rótulos para gêneros alimentícios.
Através de seu tio, que era um cura, recebeu uma encomenda para pintar retratos dos paroquianos, e com a renda dos trabalhos mais a ajuda de sua tia pôde se dirigir a Paris e freqüentar a École des Beaux-Arts parisiense. Para se aprimorar no desenho anatômico assistia a dissecções, e estudava história e arqueologia. François-Edouard Picot o recebeu como discípulo e com ele Bouguereau se aperfeiçoou no estilo acadêmico, que enfatizava a pintura histórica e mitológica, dominadas pelo artista a ponto de vencer a disputa para o Prêmio de Roma de 1850, com sua obra Zenóbia encontrada por pastores nas margens do Araxe.
Estabelecendo-se na Villa Medici de Roma, pôde estudar diretamente e com grande proveito os mestres do Renascimento, sentindo grande atração pelo trabalho de Rafael. Já seus primeiros críticos aplaudiam sua mestria no desenho, a feliz composição das figuras e a afortunada filiação a Rafael, de quem diziam que tampouco ele fora original, por ter aprendido tudo dos antigos. Feliz com esta apreciação compreensiva, e tendo sido bem sucedido no cumprimento de uma das cláusulas de sua pensão, que exigia uma cópia de Rafael, adotou o mesmo tipo clássico de composição em muitas obras de sua longa carreira.
Em 1856 casou-se com Marie-Nelly Monchablon, e com ela teve cinco filhos. Nesta década estabeleceu fortes laços com Paul Durand-Ruel e outros marchands. Os Salões recebiam em média 300 mil visitantes por ano, o que os constituía em importantíssima vitrine para exposição de novos talentos e um trampolim para sua inserção no mercado, e eram muito freqüentados por colecionadores. Suas obras tinham boa aceitação e logo sua fama se expandiu para a Inglaterra, possibilitando-lhe em 1860 adquirir uma grande casa com atelier em Montparnasse.
Bouguereau era um ferrenho tradicionalista, cujo estilo de grande verossimilhança trouxe nova vida tanto para temas clássicos pagãos como para os cristãos. Criou em suas pinturas um mundo utópico, cheio de ninfas, pastores e madonnas. Seus camponeses eram sempre representados impecavelmente limpos, belos e bem vestidos, numa idealização perfeitamente aceitável para boa parte do público e dos conhecedores. Entretanto, outros preferiam a honestidade de Jean-François Millet e seus camponeses mostrados mais de acordo com os fatos.
Seu método de trabalho estava de acordo com a temática e simbologia classicista que adotara, realizando inúmeros esboços preparatórios com tinta e estudos em desenho, numa construção minuciosa e laboriosa de todas as figuras e fundos. A impressionante suavidade de textura na descrição pictórica da pele humana e a delicadeza de formas e gestos que obtinha nas mãos, pés e faces eram especialmente admiradas. O mesmo com sua habilidade de se adaptar à decoração pré-existente das residências, igrejas e edifícios públicos para onde realizava obras complementares, recebendo por isso grande quantidade de encomendas. Sua fama crescia sem cessar, e logo recebeu as honras da Academia, tornando-se membro vitalício em 1876, e em 1885 foi condecorado Comandante da Legião de Honra. Sua carreira como professor começou em 1875 na Academia Julian, e usou de sua influência para abrir as portas de diversas instituições artísticas às mulheres, incluindo a Academia.
Perto do fim da vida expressou seu amor à arte: "A cada dia entro em meu estúdio cheio de alegria; à noite, quando a escuridão me obriga a deixá-lo, mal posso esperar pelo dia seguinte. Se eu não pudesse me devotar à minha amada pintura eu seria um pobre coitado". Com tamanha dedicação desenvolveu uma carreira extraordinariamente prolífica, deixando oitocentas e vinte e seis obras. Faleceu com oitenta anos, de um mal cardíaco.
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